sábado, 13 de agosto de 2011

NO G 1 NATUREZA e no blog PAU-TERRA informações sobre PEQUI.

 

Aldeia kuikuro, no Xingu, desenvolve plantação de pequi há séculos

Engenheiro florestal estima que região tenha 14 mil pés da árvore.
Índios da etnia falam língua da família caribe, herança de antepassados.

Importante para vários povos indígenas no Brasil, o pequizeiro tem função estratégica entre os kuikuros, no Parque Indígena do Xingu. A reserva em Mato Grosso tem 2,6 milhões de hectares, equivalente ao de Sergipe, e fica em uma zona de transição do Cerrado para a Amazônia.
No parque, cortado pelo Rio Xingu, moram 5 mil índios de 14 etnias. A reportagem entrou no local pelo sul da reserva, que faz divisa com o município de Canarana, em MT. O caminho segue por 200 km, por meio do Rio Coluene.
A aldeia kuikuro fica a cerca de 6 km do rio e no local fala-se uma língua da família caribe, herança da época em que seus antecedentes viviam nas fronteiras do Brasil com a Venezuela e a Guiana. São mais de 700 índios, a maior e uma das mais antigas tribos do Xingu. Acredita-se que a migração deles para a região se deu há mais de mil anos.
Veja o site do Globo Rural
Na época, eles eram nômades e viviam só do extrativismo. Quando se fixaram no Xingu, os kuikuros passaram a praticar a agricultura. As ocas chamam a atenção de quem visita as aldeias do Alto Xingu. São construções gigantescas. As maiores chegam a ter 25 metros de cumprimento.
Segundo o cacique Afucacá, a cobertura é de sapé. “Em época de chuva, não chove [dentro]. Fica bem fresquinho dentro”, lembrou. O interior das ocas é escuro porque não há janelas. As únicas aberturas são duas portas, uma à frente e outra nos fundos. Cada oca é habitada pela linhagem completa da família, com avós, filhos e netos.
Quando os indígenas se casam, quem sai da casa é o homem. A divisão do espaço é muito simples: nas laterais são armadas redes de dormir e no centro fica a cozinha. O cacique Afucacá defende que sua função é lutar para não deixar morrer a cultura dos kuikuros. “Dentro da aldeia, nossa tradição está viva. O colar de caramujo, que estou usando, faz parte da tradição”, explicou.
Aos poucos, os kuikuros vão abrindo as portas da aldeia para a cultura dos brancos. No lugar já tem até equipe de TV, treinada por técnicos da organização não-governamental (ONG) Vídeo nas Aldeias que, em parceria com o Museu Nacional do Rio de Janeiro, ensinou os índios a operarem câmeras de filmagens para registrar sua cultura.
Na aldeia, a colheita do pequi é celebrada com brincadeiras e muita dança. A fruta é rica em vitamina A e também contém vitaminas C e B, além de proteínas e outros nutrientes. Com sua polpa, as mulheres fazem vários pratos. Um deles é a sopa de castanha de pequi, salgada, com pimenta verde, água e castanha cortada em pedacinhos.
O plantio da semente da fruta é feito toda vez que nasce um novo indivíduo na aldeia. A tradição leva em conta que o pai precisa semear árvores para garantir a alimentação do filho no futuro.
“Quando crescerem filhos e netos, a gente passa para eles cuidarem do plantio. Eu vou plantar 50 pés para minha caçula e ela vai poder começar a colher os frutos daqui uns dez anos”, diz Afucacá. O plantio do pequi é feito sempre no meio do mandiocal. Os índios exploram a roça por três anos e, depois, deixam a área só para a formação do pequi.
Por conta da tradição, há diversas plantações bem antigas na aldeia. Segundo o engenheiro agrônomo Marcus Schmidt, do Instituto Sócio Ambiental (ISA), a estimativa é de que existam cerca de 14 mil pés de caqui na região. "É a maior riqueza do Xingu e graças ao manejo dos índios. O dia que o Brasil descobrir realmente o potencial do pequi, não precisará investir tanto em técnica porque já existe a técnica. A gente pode ver aqui”, diz ele.
tópicos:


Notícia interessante no blog Pau-terra sobre Pequi e rejuvenescimento.

Confira:

  http://www.pau-terra.blogspot.com

domingo, 17 de julho de 2011

Pesquisador da UnB cria produto antienvelhecimento com extrato de pequi



Com patente da UnB, empresa vai produzir extrato de pequi em cápsulas

Descoberta de professor da UnB espera apenas autorização da Anvisa para chegar às gôndolas


O professor Cesar Koppe, do Instituto de Biologia da UnB, descobriu uma forma de preservar os pequizeiros do Cerrado: agregando valor ao seu produto, o pequi. Em dez anos de pesquisas, Cesar elaborou um produto em cápsulas que concentra as propriedades antioxidantes e antiinflamatórias do extrato e do óleo de pequi. "Quando comecei a estudar o pequi minha ideia não era ganhar dinheiro com isso. Era dar valor ao fruto do pequizeiro para ele não virar carvão em um saco ou pedaço de madeira em uma fazenda. Temos que agregar valor de forma sustentável", explica. Patenteado pela UnB, o produto fitoterápico que previne o envelhecimento aguarda apenas o registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter suas cápsulas comercializadas. Uma empresa de Brasília já adquiriu os direitos sobre a patente.

A primeira fase de testes do produto criado por Cesar foi feitas com células em cultura. Já nessa fase, o pesquisador pôde observar a capacidade antioxidante do extrato. Substâncias antioxidantes anulam o efeito dos radicais livres, moléculas responsáveis pelo envelhecimento das células e que são produzidas como resultado de reações químicas do organismo, como a respiração. Na fase seguinte, de testes em camundongos, os resultados foram confirmados.

O óleo e extratos começaram então a ser testados em humanos. O professor selecionou um grupo de 60 maratonistas, que por exercerem atividade extenuante, produzem mais radicais livres. Eles tomaram cápsulas de óleo e extrato de pequi e passaram por uma bateria de exames após as maratonas. Os que tomaram o medicamento tiveram menos danos celulares dos que os que não tomaram.

O professor agora passa para uma nova fase: a de teste em pacientes vulneráveis do Hospital Universitário de Brasília. Ele fará os testes em pacientes com lúpus, que por conta da doença, também produzem mais radicais livres. "Os resultados podem apontar até para medicamentos que previnam o câncer. Radicais livres também podem gerar mutações na células", detalha.

César destaca também a capacidade de limpar a gordura do organismo. O extrato consegue se ligar ao colesterol ruim e impedir que ele forme placas de gordura nas veias e artérias. "É como se fosse um azeite extravirgem. Só que o azeite vem do outro lado do mediterrâneo, e o pequi está aqui do lado", diz.

PATENTE - Para previnir que outros países percebessem o pontencial da fruta e passassem a expolorá-lo o pesquisador, por meio do Centro de Desenvolvimento Tecnológico (CDT) da UnB, patenteou o produto. "Temos que nos proteger, impedir que aconteça o que aconteceu com o açaí, que é nosso mas já foi patenteado por países no exterior", conta. Agora eles correm para fazer o registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que deve sair ainda no próximo semestre.

Ainda durante a fase inicial, Cesar procurou empresários que quisessem investir na pesquisa. "Nossos empresários não enxergam! Preferem pagar royalties do que ser coautores de uma patente", lamenta. Conseguiu que uma empresa farmacêutica apoiasse emprestando equipamentos. E essa empresa começará a comercializar o óleo e extrato de pequi em cápsulas assim que sair o registro da Anvisa. "A missão da universidade não é fazer comércio. A patente é da UnB, mas temos que transferir essa tecnologia. E eles terão que pagar royalties para a unviersidade", diz.

Na hora de transferir a tecnologia, Cesar conta que fez questão de priorizar a empresa que, além de ter ajudado na pesquisa, é da região. "Já havia uma empresa francesa interessada no extrato também", conta.

Para Cesar, o segredo para se preservar o cerrado brasileiro é mapear sua fauna e agregar valor a ela. "Até a mídia virou as costas para o Cerrado. Fala-se muito em mapeamento da Amazônia, mas a situação no cerrado é urgente", defende. "Ainda existem muitas espécies que podem ser trabalhadas: o baru, a arniquinha e o arnicão, todas elas abundantes ainda em áreas de preservação como a Chapada dos Veadeiros", completa.

Fonte: http://www.unb.br/noticias/unbagencia/unbagencia.php?id=5366

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...