A REENCARNAÇÃO ATRAVÉS DOS TEMPOS
"A não-violência não existe se apenas amamos aqueles que nos amam. Só há não-violência quando amamos aqueles que nos odeiam. Sei como é difícil assumir essa grande lei do amor. Mas todas as coisas grandes e boas não são difíceis de realizar? O amor a quem nos odeia é o mais difícil de tudo. Mas, com a graça de Deus, até mesmo essa coisa tão difícil se torna fácil de realizar, se assim queremos."
Redação do Momento Espírita, com base no poema A prece da criatura,de Manoel de Andrade.Em 14.11.2011
"Renascer é com Deus, reencarnar é conosco."
(Ermance Dufaux)
Quanta sabedoria em poucas palavras. Deus nos dá a oportunidade do renascimento, mas a reencarnação do homem velho transformado é conosco...
Reencarnar quer dizer encarnar outra vez, ou seja, tomar de novo um corpo de carne.
Só pode aceitar a reencarnação quem aceita a existência do Espírito e a vida futura, porque aquele que duvida de uma destas duas afirmativas, não pode jamais aceitar a volta do Espírito a um outro corpo de carne.
A reencarnação é assunto tão antigo, que vários povos já a tinham como realidade, não só nos setores religiosos, mas também nos da Filosofia.
Podemos seguramente afirmar que a história da reencarnação se confunde com a própria história da evolução do pensamento religioso.
Podemos seguramente afirmar que a história da reencarnação se confunde com a própria história da evolução do pensamento religioso.
“Na Índia, desde remotíssima antigüidade, de que nos dão notícias os Vedas e o Bhagavad-Gitâ, o conhecimento da reencarnação era sobejamente divulgado através dos cantos imortais da formação moral e cultural do homem.”
O Bramanismo e o Budismo nela se inspiraram.
Encontramos no Mazdeismo, antiga religião Persa, o Espírito encontrando a bem aventurança final, não sem ter antes passado por uma purificação progressiva através de provas expiatórias.
No Egito, a doutrina das transmigrações também era conhecida. Ao nascer, o egípcio era representado por duas figuras, uma era a sua personalidade e a outra seu duplo. Durante a vigília, as duas se confundem, mas durante o sono, ao passo que uma descansa, a outra se lança no mundo dos sonhos.
Na cultura grega, foi Pitágoras quem a introduziu após suas viagens realizadas junto aos egípcios e persas. Vamos encontrá-la ainda nos poemas órficos, em Sócrates, Platão, Empédocles etc..
“É certo que os vivos nascem dos mortos e que as almas dos mortos tornam a nascer.”
(Fedra)
“Alma é mais velha que o corpo. As almas renascem incessantemente do Hades para tornarem à vida atual.”
(Fédon)
Sófocles como Aristófones também adotaram a mesma crença.
Virgílio, Ovídio e Cícero, pensadores romanos, infiltraram-na em suas lições. Virgílio, na “Eneida”, assevera que a alma, mergulhando no Letes, perde a lembrança das suas existências passadas.
Os druídas apoiavam toda a sua filosofia na justiça palingenésica (relativo a nascimentos que se repetem).
A reencarnação fazia parte dos dogmas dos judeus, sob o nome de ressurreição. A Bíblia dá reiteradas confirmações disto. Somente os Saduceus, que eram os materialistas da época, não criam nela. Mas as idéias dos judeus sob este ponto não eram muito claras. Acreditavam eles que o homem que vivera, podia renascer, mas não sabiam precisar como.
Os primeiros padres da Igreja, como Orígenes e S. Clemente de Alexandria, eram adeptos da idéia reencarnacionista. S. Gregório de Nysse chega a afirmar que há necessidade natural para a alma imortal de ser curada e purificada e que, se ela não o foi em sua vida terrestre, a cura se opera pelas vidas futuras e subsequentes.
Todavia, a Igreja não podia conciliar seus dogmas e artigos de fé, armas imprescindíveis que eram para o poder desta instituição, com a justiça da doutrina reencarnacionista.
Assim sendo, no Concílio de Constantinopla em 553, os maiorais da Igreja tiraram definitivamente a idéia da reencarnação, toda aceita entre os primeiros Cristãos, de seu corpo doutrinário.
Com isto, o que a Igreja fez foi afastar ainda mais os homens de bom senso, do Criador, porque ao invés de uma doutrina simples e clara a respeito da imortalidade da alma e da vida futura, edificou todo um complexo conjunto de dogmas, lançando o homem na obscuridade e no completo desconhecimento de seu destino.
Desta forma, a reencarnação desaparece temporariamente das cogitações filosóficas ocidentais, ainda que alguns pensadores medievais tenham tido o atrevimento de entregar-se aos estudos destes conceitos. O que lhes valeram pela intolerância e ignorância religiosa, muitas vezes, a perda da própria vida.
Apesar da idéia reencarnacionista, como vimos, ser de todos os tempos, foi só nos meados do século XIX, com a Codificação Espírita, que tal doutrina recebeu uma explicação lógica e um inegável bom senso. A partir dos estudos dos pioneiros do Espiritismo, pudemos entender melhor sua fundamentação, sua justiça, seu mecanismo..
A reencarnação possibilita a evolução do Homem, pois a cada existência ele fica mais próximo de Deus. A reencarnação não é uma punição, mas antes uma oportunidade que Deus dá a todos, de forma a repararmos nossas faltas, aprender com elas, e caminharmos na evolução que nos está destinada.
Texto do site:
Prece de gratidão
Eu Te agradeço, Senhor, ser filho do Teu amor e herdeiro do Universo. Ser cantor dessa beleza, ter um lugar nessa mesa, pelo sabor do meu verso.
Senhor, muito obrigado, pelos pais bons e honrados e pelas lições da pobreza. Pelo café com farinha, por tudo que eu não tinha e que fez minha riqueza.
Pelo meu corpo perfeito, pela poesia em meu peito e os anos da minha idade. Por todo dever cumprido, pelo amparo recebido e o céu da Imortalidade.
Eu Te agradeço também pela semente do bem plantada no meu pomar. Pela doçura desse fruto não ter me tornado um bruto e ter aprendido a amar.
Pela água da minha fonte, pela linha do horizonte e um sonho de marinheiro. Pelo meu mar de criança e o meu barco de esperança percorrendo o mundo inteiro.
Pelo pão, pelo abrigo, pelo abraço do amigo, por Teu carinho invisível. Agradeço-Te com veemência esta paz na consciência e a minha fé invencível.
Pela luz que me ilumina, desde a antiga Palestina, na alegria e na dor. Por quem sou e pelo que sei, por Moisés trazendo a Lei, por Jesus trazendo o amor.
Senhor, eu Te agradeço pela dor e o tropeço quando ensinam uma lição. Ninguém paga sem dever e a Lei obriga a colher o efeito da nossa ação.
Pela sapiência contida no pergaminho da vida, na magia e na razão. Agradeço-Te a minha parte, pela ciência, pela arte e pela Grécia de Platão.
Por Cabral no rumo certo, pelo Brasil descoberto, pela pátria e o cidadão. Pelo herói da Inconfidência, o Grito da Independência e a bênção da Abolição.
Pelas lições da História, pelo povo e a sua glória na busca da liberdade. E pela Humanidade inteira, quando erguer sua bandeira pela paz e a verdade.
Grato sou por ter um sonho, sonhar com um mundo risonho, numa paz contagiante. Ver este Brasil fecundo, como o coração do mundo, em um porvir deslumbrante.
Agradeço o bom combate e ter encarado esse embate, com o coração despojado. Com Tua luz nos meus passos, a fraternidade em meus braços e o meu sonho preservado.
Contigo, Senhor, sou forte, tenho um fanal, tenho um norte: amor, sensibilidade. Eu moro na melodia, na música, na poesia e no farol da verdade.
Muito obrigado, Senhor, pelo trabalho e o suor, pelo que dei e recebi. Quando chegar meu momento, se eu tiver merecimento, me leva para junto de Ti.
* * *
A prece é recurso abençoado que temos à nossa disposição para nos aproximarmos de Deus e de nossos irmãos. É meio de comunicação entre as almas e também a ponte entre o mundo invisível e o mundo que vivemos.
Através da oração, saibamos exaltar Deus por toda a Sua obra, por toda a beleza, magnitude e perfeição do planeta em que vivemos.
Externemos a nossa eterna gratidão pela oportunidade de uma nova experiência no corpo físico.
Agradeçamos sempre por todas as conquistas, espirituais e materiais, pelos obstáculos vencidos, pelas bênçãos recebidas, pela proteção, pelo trabalho oportuno e por todos os afetos que embelezam a nossa trajetória terrena.
Não nos esqueçamos de agradecer também pelas dificuldades e pelos desafetos, que encontramos no caminho, pois são, sem dúvida, instrumentos de aprendizado e aprimoramento pessoal.
Tenhamos, sobretudo, o cuidado de saber o que realmente pedir a Deus em nossas orações.
Quando recorrermos ao auxílio Divino, lembremos de pedir sabedoria, esperança, paciência e forças para superarmos as dificuldades e conquistarmos o que desejamos.
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