Animagogia: integrando meditação, mediunidade e caridade
Adilson Marques - asamar_sc@hotmail.com
Confesso que até 2001 eu também era uma pessoa que tinha aversão ao trabalho mediúnico e ao assistencialismo social que move muitos centros espíritas através da doação de roupas, comida e outras coisas materiais, impregnado de um discurso moralista que em nada ajuda a pessoa que recebe a ajuda a se transformar realmente. Por outro lado, sentia nas pessoas que participavam de grupos de meditação, independentemente da linha adotada, uma postura de superioridade em relação às outras pessoas que não se aproximava da atitude compassiva que se espera de quem segue as filosofias orientais. Assim, sempre tive dificuldades para me integrar nos dois grupos acima. No primeiro grupo, eu via pessoas de boa vontade, mas internamente desesperadas. Pensamentos e emoções confusas e muito transtorno diante dos mais simples problemas da vida. Acompanhei enterros de líderes de centros espíritas onde o sofrimento de quem deveria aceitar a morte com naturalidade se tornava patético. Não conseguia entender porque aqueles espíritas, tão prestativos e devotados a ajudar os necessitados materialmente não conseguiam se ajudar mental e emocionalmente. Descobri que era por ignorarem os valores integrativos e de autoconhecimento proporcionado pela meditação. Acalmar a mente e encontrar forças para enfrentar qualquer vicissitude com equanimidade não é uma prática corrente nos centros espíritas. Eu até tentei inserir em alguns que frequentava técnicas de meditação, mas o ritmo acelerado e a neurose que move o "fazer a caridade para se salvar" de muitos espíritas não deixam tempo para um olhar para dentro de si mesmo.
Ao mesmo tempo, nos grupos de meditação que conhecia, ao invés da compaixão, a pessoa se tornava cada vez mais fria para os problemas alheios, como se cada um devesse olhar apenas para o próprio nariz, deixando os outros para lá com os seus carmas e sofrimentos. O importante é permanecer impassivo diante da dor e das misérias do "mundo ilusório", vivendo no estado de samadhi (êxtase) diuturnamente.
A partir de 2003, notando que era muito difícil introduzir a meditação nos grupos espíritas ou abrir o coração dos meditadores para se interessar em ajudar o próximo (não por motivos egoistas ou em querer ser "salvo") que criamos uma prática que une meditação e caridade. E logo sentimos a presença de espíritos que também tinham essa necessidade de unir esses dois movimentos aparentemente antagônicos. Com alguns espíritos aprendemos novas técnicas de meditação, reunidas no que chamamos de Terapia Vibracional Integrativa (TVI) que visa promover o autoconhecimento e a usar o poder da mente para se libertar de enfermidades psicossomáticas, atavismos de vidas passadas etc., mas não com o objetivo de apenas prosperar materialmente, como se vê em muitas práticas similares, mas para valorizar nossa condição de espíritos eternos e ajudar no despertar daqueles que desejarem despertar. A caridade pode ser feita também com objetos materiais, mas a mais importante é aquela que ajuda o outro a se encontrar consigo mesmo, desde que ele queria ser ajudado. Por isso se diz que quando o discípulo está pronto o mestre aparece. E todas as práticas animagógicas são realizadas gratuitamente, para que todos que desejarem se encontrar possam encontrar uma mão auxiliadora. Mas, na animagogia, não vamos atrás das pessoas demagogicamente. A animagogia não serve para despertar a "emergência espiritual", mas para aqueles que já despertaram, é um caminho relativamente seguro para sua metanóia (transformação interior).
A animagogia, neste sentido, é uma proposta de educação espiritualista que une o mediunismo, a caridade e a meditação, valorizando a integridade física, mental, emocional e espiritual de cada ser humano, ensinando o valor do amor universal e a vivência da felicidade hoje e não em uma provável vida após a morte.
São Carlos, 17 de junho de 2011
Adilson Marques - asamar_sc@hotmail.com
Confesso que até 2001 eu também era uma pessoa que tinha aversão ao trabalho mediúnico e ao assistencialismo social que move muitos centros espíritas através da doação de roupas, comida e outras coisas materiais, impregnado de um discurso moralista que em nada ajuda a pessoa que recebe a ajuda a se transformar realmente. Por outro lado, sentia nas pessoas que participavam de grupos de meditação, independentemente da linha adotada, uma postura de superioridade em relação às outras pessoas que não se aproximava da atitude compassiva que se espera de quem segue as filosofias orientais. Assim, sempre tive dificuldades para me integrar nos dois grupos acima. No primeiro grupo, eu via pessoas de boa vontade, mas internamente desesperadas. Pensamentos e emoções confusas e muito transtorno diante dos mais simples problemas da vida. Acompanhei enterros de líderes de centros espíritas onde o sofrimento de quem deveria aceitar a morte com naturalidade se tornava patético. Não conseguia entender porque aqueles espíritas, tão prestativos e devotados a ajudar os necessitados materialmente não conseguiam se ajudar mental e emocionalmente. Descobri que era por ignorarem os valores integrativos e de autoconhecimento proporcionado pela meditação. Acalmar a mente e encontrar forças para enfrentar qualquer vicissitude com equanimidade não é uma prática corrente nos centros espíritas. Eu até tentei inserir em alguns que frequentava técnicas de meditação, mas o ritmo acelerado e a neurose que move o "fazer a caridade para se salvar" de muitos espíritas não deixam tempo para um olhar para dentro de si mesmo.
Ao mesmo tempo, nos grupos de meditação que conhecia, ao invés da compaixão, a pessoa se tornava cada vez mais fria para os problemas alheios, como se cada um devesse olhar apenas para o próprio nariz, deixando os outros para lá com os seus carmas e sofrimentos. O importante é permanecer impassivo diante da dor e das misérias do "mundo ilusório", vivendo no estado de samadhi (êxtase) diuturnamente.
A partir de 2003, notando que era muito difícil introduzir a meditação nos grupos espíritas ou abrir o coração dos meditadores para se interessar em ajudar o próximo (não por motivos egoistas ou em querer ser "salvo") que criamos uma prática que une meditação e caridade. E logo sentimos a presença de espíritos que também tinham essa necessidade de unir esses dois movimentos aparentemente antagônicos. Com alguns espíritos aprendemos novas técnicas de meditação, reunidas no que chamamos de Terapia Vibracional Integrativa (TVI) que visa promover o autoconhecimento e a usar o poder da mente para se libertar de enfermidades psicossomáticas, atavismos de vidas passadas etc., mas não com o objetivo de apenas prosperar materialmente, como se vê em muitas práticas similares, mas para valorizar nossa condição de espíritos eternos e ajudar no despertar daqueles que desejarem despertar. A caridade pode ser feita também com objetos materiais, mas a mais importante é aquela que ajuda o outro a se encontrar consigo mesmo, desde que ele queria ser ajudado. Por isso se diz que quando o discípulo está pronto o mestre aparece. E todas as práticas animagógicas são realizadas gratuitamente, para que todos que desejarem se encontrar possam encontrar uma mão auxiliadora. Mas, na animagogia, não vamos atrás das pessoas demagogicamente. A animagogia não serve para despertar a "emergência espiritual", mas para aqueles que já despertaram, é um caminho relativamente seguro para sua metanóia (transformação interior).
A animagogia, neste sentido, é uma proposta de educação espiritualista que une o mediunismo, a caridade e a meditação, valorizando a integridade física, mental, emocional e espiritual de cada ser humano, ensinando o valor do amor universal e a vivência da felicidade hoje e não em uma provável vida após a morte.
São Carlos, 17 de junho de 2011
Adilson Marques - asamar_sc@hotmail.com
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